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Gestos de solidariedade trazem felicidade a quem realiza

20 / dez / 2011

Estudos, trabalho, namoro, diversão… são muitas as atividades e empenhos dos jovens, mas em meio a tudo isso, alguns separam uma parte de seu tempo e disposição para ajudar a quem precisa.

Em todo mundo existem grandes obras assistenciais que ajudam milhares de pessoas, proporcionando mais educação, saúde e melhores condições de vida e moradia, como a Cruz Vermelha, os Médicos sem Fronteiras e a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos, em torno de sete mil mulheres e homens qualificados e com grande experiência profissional, de mais de 170 nacionalidades, servem como voluntários da ONU em mais de 140 países.

Mas é possível fazer o bem para quem precisa em outros tipos de ações, olhando para os necessitados que estão mais próximos da nossa realidade.

E esse olhar para as necessidades do outro está crescendo entre os jovens. Incentivada pelo pai, Veridiana Santos, 23 anos, se vestiu de mamãe Noel para entregar alimentos e presentes em bairros carentes, entidades e asilos de sua cidade: São José dos Campos, no interior de São Paulo.

“Na primeira vez que participei, foi meu pai quem me convidou, mas não sabia ao certo como seria, porém a sensação foi maravilhosa, ao ver as pessoas felizes com coisas tão pequenas”, conta a jovem universitária.

Já Pedro Michepud, 24 anos, foi incentivado a realizar uma atividade social, pela primeira vez, por meio de uma campanha em sua universidade, primeiro como fotógrafo e no ano seguinte na arrecadação de alimentos.

“Foi muito interessante. Já na segunda edição fui cobrir um evento no CEU – Centro Educacional Unificado – Jambeiro [em São Paulo], que me deu a oportunidade de entrar em contato com diferentes realidades e com crianças que fizeram o meu dia muito mais interessante e feliz”, ressalta.

A paulistana Jaqueline Gorgonio, 23 anos, por sua vez, participou pela primeira vez de uma ação social no Natal do ano passado. Convidada por um amigo, ela foi conhecer um orfanato na Zona Leste da capital. Lá eles organizaram uma festa e, entre o grupo de amigos, se dividiram para presentear as crianças.

“Fui convidando amigos e familiares para fazer o bem em uma época tão propícia como o Natal. Às vezes a gente não sabe por onde começar. Vem a vontade de ajudar ou outros, mas do mesmo jeito que ela vem, ela vai embora. Mas basta começar para não sentir vontade de parar.  Mas cuidado com a concepção de fazer o bem. Diante do olhar divino, nada vale se fazemos o bem a um desconhecido  mas somos indiferentes àqueles que conhecemos”, salienta a jovem.

Entre os amigos convidados por Jaqueline estava Alice Capela, 22 anos. O que mais chamou a atenção da jovem foi ver que as crianças estavam mais interessadas em receber abraços e carinhos do que nos próprios presentes.

“Essas crianças são realmente muito carentes e precisam muito mesmo é de atenção. Elas são muito bem tratadas lá, mas são poucas pessoas pra dar o carinho que elas precisam mesmo. Eu tive o tempo todo vontade de chorar. A gente percebe como tem tudo e às vezes reclamamos por nada. Acho uma experiência importante que mais pessoas deveriam passar”, ressalta Alice.

Um passo a mais

Depois desse dia, Jaqueline quis fazer mais. Ficou apaixonada por aquelas crianças, em especial por dois irmãos: Christian e Daniel, de 10 e 8 anos. Ela se informou sobre o horário de visitas no orfanato, mas ficou decepcionada ao saber que este era apenas de duas horas por dia, uma vez por mês.

“Não gostei muito, achei pouco o tempo que poderia ficar junto deles. Mas aos poucos fui descobrindo maneiras de visitar mais. A adoção estava longe do meu alcance. Recém formada, morando com os pais, não tinha uma estrutura familiar e financeira para oferecer àqueles garotinhos”, conta Jaqueline.

Ela se tornou então voluntária do orfanato e ao longo do ano foi conhecendo melhor a realidade de vida e a história dessas crianças. Um dos presentes dados por ela aos irmãos foi uma foto deles com ela. Os irmãos mostravam esta foto a todos dizendo: “olha essa é minha amiga!”

Recentemente Christian e Daniel foram adotados por um casal. Jaqueline confessa que sente falta desses meninos, mas fica feliz por saber que eles receberão o amor materno e paterno que eles tanto queriam.

“Esta época de Natal é propícia, porém não devemos nos prender a ela. As crianças dos orfanatos ou os velhinhos dos asilos não precisam de carinho e atenção uma vez no ano. Eles continuam lá, o ano todo, esperando por uma visita”, enfatiza a jovem.


A lição que fica

“Todo e qualquer contato com outros seres humanos é válido. Eles te ensinam, mesmo que de um jeito torto, a melhorar e a evoluir como pessoa. Então, acho que esse contato me trouxe grandes reflexões, que acabaram modificando, ao menos um pouco, minha vida”, salienta Pedro Michepud.

Sair de si mesmo e olhar para a necessidade fez com que os jovens dessem mais valor à vida e às bênçãos que Deus lhes havia proporcionado, como ter um lar e uma família.

“Isso me fez ver o mundo com olhos diferentes, me fez perceber que reclamava sem necessidade. Vi que mesmo tendo menos condições eles eram tão felizes quanto eu, porém a felicidade deles não vinha por coisas materiais, mas por terem carinho, por terem esperança”, destaca Veridiana.

Um sorriso, uma palavra, um gesto de carinho para com o próximo faz a diferença. Para os jovens esses gestos que receberam valem mais que qualquer presente ou dinheiro.

“Acredito que quem ganhou mais com tudo isso fui eu, pois cresci muito e passei a ver o mundo de outro jeito, com outros olhos”, conclui Veridiana.

Contudo, não se pode esquecer de quem está mais perto de nós. “Não faz sentido dar amor ao próximo, se esquecemos de visitar nossos avós, nossos pais e irmãos”, complementa Jaqueline.

 

Fonte: Canção Nova

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